JUSTIFICATIVA DO PROJETO
A cada ano os índices de violência e homicídios vêem aumentando e atingindo os jovens na faixa etária de 12 a 27 anos, constituindo um quadro critico em todo o cenário nacional. Em Belo Horizonte, o índice de violência seguido de morte aumentou cerca de 30% em 2 anos e as regiões mais atingidas são a centro-sul, noroeste e nordeste.
Somente no ano de 2010, no bairro São José, região noroeste, dez jovens foram assassinados próximos a sua residência, o aumento chegou a 38% segundo matéria publicada no Jornal Hoje em Dia[1]. Segundo a pesquisa publicada no jornal, a maioria das ocorrências em Belo Horizonte, 64%, aconteceram no interior de vilas e favelas. As vítimas foram mortas em 91% das vezes por armas de fogo e a maior parte era homem (94%), com idades entre 13 e 27 anos (68%).
Com base nestes dados, nasce a motivação para desenvolver o projeto Comunidade Viva, no qual a problemática será “Como construir uma cultura de PAZ em ambientes de vulnerabilidade social?”. O projeto Comunidade Viva pretende contribuir, por meio da Educação, para o combate à violência e o extermínio de jovens, proporcionando espaços de discussão de idéias e políticas públicas para a região. O projeto consiste em promover em diversas instâncias públicas do bairro uma corrente contra este extermínio.
Atualmente, no bairro há alguns projetos voltados para os jovens de 12 a 18 anos, que tem contribuído positivamente, oferecendo formação e entretenimento. O projeto visa levar informação e ação em duas instâncias, promovendo a discussão referente à criminalidade, violência e extermínio de jovens. A primeira intervenção do projeto será de cunho educativo, voltado para os alunos da 5ª a 8ª serie da Escola Municipal Inácio de Andrade Melo. Já a segunda proposta será levar as propostas apresentadas pelos alunos ao conselho diretório do bairro, visando fomentá-los de informações para o desenvolvimento de políticas publicas para a região.
Contudo, pretende-se com esse projeto movimentar a comunidade local a refletir sobre a questão dos homicídios ocorridos na região e da importância da Educação no processo de mudança desta realidade.
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Em um contexto no qual está ausente uma educação pública de qualidade, emprego, moradia digna, acesso a programas culturais e entretenimento em geral, a comunidade passa a ser vitima de problemas sociais e estruturais graves que findam por deixarem os jovens em situação de risco e vulnerabilidade social. Atualmente, o índice de extermínio de jovens vem aumentando e torna-se necessário promover ações que gerem um ambiente de paz. Dessa forma, o projeto trará como problema: “Em que medida as ações educativas contribuem para o processo de pacificação de comunidades com alto índice de violência e extermínio de jovens?”.
METODOLOGIA
A metodologia do projeto de pesquisa foi baseada nos critérios científicos de analise e propostas de intervenção. Inicialmente, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória para verificar as carências e necessidades dos jovens na faixa de 12 a 18 anos, matriculados no ensino fundamental do bairro São José. A pesquisa foi constituída por pesquisas em sites de jornais de Belo Horizonte, em conversas informais com os moradores e pela própria observação do pesquisador.
Após a fase exploratória se definiu os objetivos e hipóteses para o projeto a ser desenvolvido. O projeto constará de uma pesquisa-ação, na qual em contato com a comunidade pretende-se planejar formas de atuação e intervenção na realidade.
A proposta consiste em um planejamento participativo, sendo que neste projeto o princípio fundamental metodológico e o espírito do trabalho comunitário em equipes, visando construir uma nova realidade pró-ativa que comunica a profunda valorização de todos na comunidade. Na perspectiva da Comunidade Viva estamos interessados na facilitação de processos grupais que facilitem o “empoderamento”, ou o senso de poder pessoal das pessoas dos grupos, como indivíduos e como coletividades, com o intuito de diminuir os índices de mortes por assassinatos de jovens na faixa etária entre 12 e 18 anos.
HIPÓTESES
§ A Educação consegue motivar o jovem a refletir sua realidade e lutar contra o processo de marginalização, que o torna vitima da violência.
§ A Educação é uma das ações colaborativas para diminuir o índice de violência e extermínio de jovens, porém deve estar agregada a políticas públicas de segurança, moradia e emprego.
OBJETIVO
§ Contribuir por meio de ações educativas a redução dos índices de violência e o extermínio de jovens, proporcionando espaços de discussão de ideias e políticas públicas para a região.
Objetivos Específicos
§ Motivar o jovem a refletir sobre a sua realidade propondo ações que possam melhorar sua qualidade de vida.
§ Promover em diversas instâncias públicas do bairro uma corrente contra o extermínio de jovens.
AÇÕES PROPOSTAS
§ - Trabalhar junto ao grupo de professores visando apresentar o papel importante do mesmo nas atividades do projeto. Devido ao contato, diário e mais próximo ser executado pelo professor, ele será o corresponsável em criar situações educativas que possibilitem a internalização de normas sociais construtivas pelo aluno.
§ - Uso das artes cênicas como recurso de contrapor a realidade de violência e extermínio de jovens, visando provocar a discussão sobre o assunto.
§ - Discussão em torno de dilemas, promover espaços de discussão para que eles possam expor suas opiniões e duvidas sobre a questão.
§ - Dinâmicas de grupo espaço em que o jovem poderá se expressar de forma mais lúdica, com indução dos temas e reflexões.
CRONOGRAMA
Atividades | 09/10 | 11/10 | 12/10 | 02/11 | 03/11 |
1.Pesquisa Exploratória | |||||
2.Contato com a Escola | X | ||||
3.Inicio das Atividades Educativas | X | X | X | ||
4.Participação no conselho do bairro | x |
REFERÊNCIAS TEORICAS
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1999.
Fino, Carlos Nogueira. A Etnografia método: um modo de entender as culturas (escolares) locais.
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI527165-EI306,00.html. Acesso em 24/10/2010
http://fr.pbh.gov.br/ Acesso em 24/10/2010